sábado, 26 de outubro de 2013
COPA DO MUNDO
Em 2014, teremos em nosso país a "copa do mundo". Isto será ótimo para o Brasil, para a boa divulgação da nossa cultura, da nossa gente, enfim, de todas as nossas potencialidades. Não resta dúvida que isso é um lado muito positivo, da realização da copa. O que não sabemos, de fato, é se o preço pago por tantos aparatos que a mídia mostra será um preço compensador. - Será que não estamos pagando demais por um "glamour" que não garante um retorno financeiro justo? _ Será que estádios enormes, construção de acomodações caras, com investimentos absurdos, não se transformarão em alguns "elefantes brancos" perpétuos que no futuro só servirão de "refresco" às memórias políticas dos monumentos supérfluos e incentivo ao superfaturamento que engordará a conta bancária de alguns construtores "espertos" e inescrupulosos. A grandeza de tal acontecimento me traz reflexões que escapam da "copa" para o esporte, propriamente dito.
Eu entendo que a palavra "esporte" traduz-se em uma atividade que tem muito a ver com a saúde das pessoas, de qualquer idade, seja ele praticado em qualquer modalidade. Com relação ao futebol, considero um esporte interessante desde que sirva
como incentivo à prática amadora, para o benefício das pessoas que desejarem ter uma cultura de vida saudável. Mas discordo, veementemente, do futebol "torcida fanática", principalmente daquela que conduz ao vandalismo absurdo, cujos grupos se parecem com representantes dos históricos países bárbaros.
Para completar, um pouco de poesia, do poeta Laurindo Rabelo (clássico, do século passado).
O TEMPO
Deus pede estrita conta do meu tempo
É impossível do tempo já dar conta.
Mas como dar sem tempo tanta conta
Eu que gastei sem conta tanto tempo?
Para ter a minha conta feita a tempo
Dado me foi bem tempo e não fiz conta.
Não quis, sobrando tempo fazer conta
Quero hoje fazer conta e falta tempo.
Oh vós que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passa-tempo.
Cuidai em quanto há tempo em fazer conta.
Mas, oh se os que contam com seu tempo
Fizessem desse tempo alguma conta
Não choravam, como eu, o não ter tempo.
O meu abraço a todos. Peço desculpas pela demora em colocar a postagem neste blog. "È custoso do tempo já dar conta..."
Até a próxima.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
O MUNDO DAS ÁRVORES
Muitas vezes ao andar pelas avenidas, calçadas ou parques, sob as sombras das árvores algumas delas frondosas de grande porte, outras pequenas, na adversidade de tipos existentes: baixa, média, de caule alto, grosso ou fino, contendo muitos galhos ou com muitas folhas no topo, caracterizando seu jeito próprio dou asas à imaginação. Ou ainda numa analogia com tipos humanos, semelhança física alta, baixa, com o vento ajudando na atitude de movimentos, vou associando. Como "vegetal" e "animal" são reinos diferentes esforço-me para então estabelecer uma boa comparação. Acostumei-me a comparar árvores às pessoas, quando às vezes as julgo tristes, angustiadas ou envergonhadas, pela sua aparente postura. Também posso imaginar quando estão a comunicar-se entre si, talvez com suas secretas mágoas. Uma coisa é certa: tem árvores vaidosas, verdadeiras "mulheres", quando exibem flores vistosas com cores vivas e de pétalas sedosas; vez por outra encontramos palmeiras com cipós trabalhados, verdadeiros "colares" femininos a realçar a elegância bem própria das mulheres. Passarinhos, borboletas, os córregos e o próprio vento lhes auxiliam quando assumem a missão de levar algo como o pólen ou sementes a outros pontos da terra, para alguma conquista especial de expansão dos seus domínios.
A árvore é também uma "mulher-mãe", quando expõe sua generosidade para saciar a fome de outros seres, como os passarinhos e outros partícipes do reino animal. A serventia da árvore vai muito além, quando se presta ao emprego na confecção de móveis, componentes das construções de moradias e tem tantas outras utilidades após ser descartada da vida. O mundo civilizado, hoje, busca uma retratação para com esses seres, onde "ecologistas" tentam de muitas formas sensibilizar o mundo para sua importância e preservação de suas cidades naturais, as florestas. O nosso respeito às árvores seria a melhor forma de agradecermos pelo que elas tão generosamente nos concedem.
Quando as árvores são cortadas sem motivo ou necessidade especial é certo que isto representa uma violência. É um ser que tem vida e sensibilidade própria.
Para ilustrar poeticamente o nosso texto acima recorro ao grande príncipe dos poetas brasileiros Olavo Bilac, com o seu célebre soneto, Velhas Árvores
Olha estas velhas árvores mais belas/Do que as árvores novas mais amigas/ Tanto mais belas quanto mais antigas/ Vencedoras da idade e das procelas.
O homem, a fera e o inseto à sombra delas/ Vivem livres da fome e fadigas/ E em seus galhos abrigam-se as cantigas/ E os amores das aves tagarelas.
Não choremos amigo a mocidade/Envelheçamos rindo/Envelheçamos como as árvores fortes envelhecem/Na glória da alegria e da bondade/Agasalhando os pássaros nos ramos/Dando sombra e consolo aos que padecem.
Um especial abraço a todos que leem e até a próxima e breve publicação.
Hozanan.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Reflexão sobre o "Dia dos Pais"
Agora que já se passaram os dias de quase uma semana, sendo uma data comemorativa de relevância no nosso calendário, como "dia das mães", "dia dos namorados", "dia das crianças", etc. Cabe aqui uma reflexão fria, em face da importância sócio-econômica de que estão revestidas as datas consideradas e em particular aquela cujo enfoque nos interessa, no nosso comentário presente, o dia dos pais.
Claro, eu não criticaria o comércio que embarca na oportunidade de vender mais, faturar alto em tais datas e nem censuraria os agentes publicitários por dourar a pílula dos sentimentos humanos, às vezes mais bem intencionados e honestos. Em datas como o natal, ano novo, por exemplo, as pessoas compõem o seu ritual com mais comida, mais presentes e pouca espiritualidade, até porque a mídia não se importa muito com aquela criança feita de carne e osso, como eu e você,(é o caso do "natal") mas portadora da grande mensagem de fé e esperança que surpreendeu na época um mundo pagão e caótico, marcando, também, a história do planeta com algo valioso que veio enriquecer a humanidade.
Bonito é ver o dia dos pais na sua mais perfeita organização: reunião de família, presentes, depoimentos emocionados;reconciliações inesperadas, episódios dramáticos dos quais nós participamos e compartilhamos sem nos apercebermos. E nós protagonistas ou não, ficamos felizes, na fé de que nos próximos anos este mesmo dia venha nos regozijar e premiar
a nossa alto-estima com a "bênção" de um novo "dia dos pais".
E agora eu lhes pergunto: por justiça este bendito dia não teria que ser todo dia? - Um dia só é muito pouco para honrar o pai (como à mãe, como à namorada ou namorado)? - Como podemos justificar tal contradição?...
É que pais e filhos nem sempre partilham da mesma harmonia que por natureza devia povoar o mundo deste planeta,no dia-a-dia dos relacionamentos sociais a que todos estamos sujeitos.
Quero complementar, aqui, com algo poético em que Augusto dos Anjos no seu soneto célebre, A Árvore da Serra, nos narra a história dramática de um diálogo entre pai e filho, que não chegaram a um acordo sobre o que questionavam.
Augusto dos Anjos, poeta clássico que viveu no início do século passado, era professor originário do estado da Paraíba.
A ÁRVORE DA SERRA
As árvores meu filho não têm alma
E esta árvore me serve de empecilho.
É preciso cortá-la, pois meu filho
Para que eu tenha uma velhice calma.
Meu pai por que sua ira não se acalma?
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?
Deus pôs alma no cedro, no junquilho
Esta árvore, meu pai, possui minh'alma.
Disse e numa rogativa:
Não mate a árvore pai, para eu viva.
E quando a árvore olhando a pátria serra
Caiu aos golpes do machado bronco
O moço, triste, se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra.
(Augusto dos Anjos)
PS. Os meus queridos leitores recebam o meu abraço agradecido por compartilhares comigo deste pequeno mundo de comunicação.
Até breve.
Hozanan.
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Próxima postagem.
Quero informar aos amigos leitores que no início da próxima semana estarei postando nova matéria. Por enquanto recebam um abraço muito especial, e o muito obrigado por visitarem o meu blog.
Cordialmente, Hozanan.
sábado, 3 de agosto de 2013
TAMBÉM VOU FALAR DO PAPA
Há poucos dias nosso país sentiu-se iluminado, nem tanto pela luz do sol, pois a chuva a apagou, nem tanto pelo calor do solo, pois o frio do inverno o anulou, mesmo lua e estrelas não tiveram sua vez. Um clarão maior que por aqui passou focou e deixou sua marca em corações jovens, que ganharam energia, os daqui como os de outros mundos, aqui presentes, mostraram à vida que de vez em quando ela precisa ser "passada a limpo".
Papa Francisco a todos, jovens e não jovens, conquistou quer por seu brilho pessoal, quer pela missão da qual está imbuído ou pela energia divina da qual está investido.
O Papa, aqui chegou num momento crucial, onde por coincidência ou não, o povo estava (ou será que ainda está?)numa indecisão social, não se sabe se por um toque divino ou se por necessidades materiais evidentes, onde procedimentos políticos, desmandos históricos e inconsequentes mexeram no fundo da consciência coletiva e dando um "basta", foram à rua protestar.
Papa Francisco apaziguou e refez convicções com sua luz discreta, vibrante e eficaz. Papa Francisco trouxe a luz, a esperança e a energia convidando os jovens, com a palavra clara da "revolução", embora no bom sentido, o da mais pura ação construtiva.
Saudades do Papa Francisco!
Agora o meu poema complementar:
O ESTADO JOVEM
Este ser, o jovem adolescente
vive a carência de ternura e fantasia.
Vive o dilema entre passado-criança e o vir-a-ser adulto,
no mais puro alvorecer da existência.
E na aurora deste amanhecer
embeleza-se e embeleza o mundo
encanta a vida, para todos
sob o eflorescer da eterna juventude.
Assim, vão-se os anos e a vida passa
em um rápido eclodir de "não eternidade"
passando ele a ver um "mundo" onde havia outro mundo.
Neste exato momento começa a metamorfose em sua alma
e o acordar para a realidade planeta-terra...
É quando o jovem pós-adolescente vai à praça
e cobra "direito de igualdade", para si e para todos,
não vendo razões sobre si para não fazê-lo
e passa a lutar feito adulto total,
pelas causas humanas, sem quaisquer egoísmos,
onde os maus político não enxerguem necessidades.
E o jovem cobra, o jovem luta,
sua pele em perigo, "mas não importa",
ele é bravo, ele é forte, ele é digno
e tudo fará por um mundo melhor.
Sua paixão é enorme e a chama deste amor
talvez venha a incandescer outros corações
já macerados pelos desencantos da vida
e desilusão sobre a bondade humana,
que também um dia tivera quando jovem...
No bojo de suas ideias, há preocupações com o mundo, hoje,
que amanhã será sua responsabilidade
para o bem estar seu, de sua gente e de seu país...
Jovem, motivaste o teu meio
derretendo corações congelados
e avivando, assim, as cores de tua bandeira-pátria.
És forte, és bendito e és bem-vindo!
(Hozanan)
PS: Dedico este artigo aos leitores amigos e amigas, Ana Lúcia, Milena, Haidyl (minha esposa), Heidy e Ulisses,Hânya,
Tia Ninna (da itália), Mayra Abdo ( de Brasília),Sheyla Fredenhagem (de Brasília ), Denise (da Crif) e a todos os eventuais leitores, que me honram com a sua leitura e atenção.
domingo, 21 de julho de 2013
RETOMANDO A CAMINHADA
Eu havia feito uma pausa na caminhada das publicações. Estou agora retomando o caminho, talvez com lentas passadas mas com o meu objetivo firme de chegar a algum lugar. Na verdade,parei com a postagem do blog há cerca de três anos, por motivos particulares que não valem a pena comentar.
Ora, como o mundo mudou,fatos novos estão acontecendo, nos outros países como aqui também, no nosso Brasil. E como "todos temos algo a dizer" eu também vou dizer algo que signifique a minha opinião pessoal, na qualidade de cidadão, como todo mundo, partícipe da moderna sociedade atual, que tem vastos meios de informação onde cabe a cada um assimilar os fatos e interpretá-los a seu modo.
Tenho acompanhado pela mídia os acontecimentos recentes. Um misto de otimismo e preocupação me domina. Por um lado ver o povo, principalmente os jovens em marcha pelas ruas, a exigir direitos e mudanças gerais me traz a esperança, por outro lado resta a dúvida ou o "medo" de que no final nada aconteça, em face da índole própria e pacífica da nossa gente brasileira, tendo em conta a nossa história política. Na década de 60 eu era um jovem estudante e presenciei os desdobramentos das mudanças ocorridas no país, com algumas consequências lamentáveis. Na década de 80 testemunhei o "movimento pelas diretas já", em 1992, com o povo e principalmente os jovens na rua, acompanhei a saída brusca de Fernando Collor da presidência da república. O preço pago pelo movimento (reconhecidamente necessário) do povo, com o sacrifício e desgaste das instituições é algo doloroso. Se der resultados, terá valido a pena; ou talvez encaremos os fatos como no otimismo poético do Mahatma Gandhi, com sua luta pessoal pelos direitos de seu povo:
"Se não houve frutos
valeu a beleza das flores.
Se não houve flores
valeu a sombra das folhas.
Se não houve folhas
valeu a intenção da semente".
ERÇO
Quero deixar claro que não pretendo, aqui, abordar temas polêmicos tais como "política", "futebol" e "religião". O meu interesse está na área que tem a ver com as artes em geral, onde comentários e abordagens estejam ao nosso alcance e se atenham ao plano do "politicamente correto".
Como sempre faço, encerrarei este artigo com um poema meu, que suavise de alguma forma as ideias aqui expostas:
NO BERÇO ESPLÊNDIDO
Brasil, nosso querido Brasil
país de sonhos e de um futuro brilhante!
És símbolo do mais puro e ardente amor.
Pátria nossa que nos viu nascer, crescer e sonhar
e que guardamos dentro do peito
junto com as cores e marcas de tua bandeira
e o som vibrante do teu hino,
com o sol, com o céu, estrelas, lua e mar!
Brasil
tens a cara da tua gente:
pura, alegre e feliz...
Mas que tem partes ocultas, vergonhosas
indignas do clã a que pertencem,
por terem opção pela corrupção
trazendo, por si, uma herança vergonhosa e maldita
que nos faz doer na alma.
Na época do impeachment, anos 1992
valeu o jovem "carapintada" que ajudou Collor ruir.
Mas hoje (20 anos depois)
nas passeatas de "por um Brasil melhor",
ativistas "tins", que eram crianças de colo
na época de Collor
hoje lutam mediante a consciência clara
de que "Collor, na época não colou"
e o país ainda continua imponderável
inconformado e impune
mal administrado,
seu povo carente
e sempre ignorado.
Brasil, amado Brasil
mesmo assim te entregaremos
e te confiaremos aos nossos descendentes
certos, nós, que te farão retornar
ao "berço esplêndido" que te viu nascer...
Enfim te farão crescer
ao esplendor.
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