Ambrosino sentou-se naquele banco do ponto de ônibus sem saber, como nos outros finais de dias, quanto tempo teria de esperar pela próxima condução que o levaria à família e ao descanso de mais um árduo dia de trabalho. Era mais um final de ano, tempo de festas em que o clima natalino torna as pessoas felizes, daquela felicidade que ele conhecia bastante, do alto dos seus 48 janeiros. Era sempre a mesma história, o mesmo clima de consumismo, de comidorias; presente para cá, presente para lá, tudo em nome de um "Papai Noel" inventado, cuja crença ficara perdida nos últimos 40 anos de sua existência. Ora, esse Papai Noel fôra-lhe uma grande decepção que felizmente desocupara a sua mente, como o fizeram muitas outras lendas da sua primeira infância. O bom mesmo era pensar na história do nascimento de Jesus. O Natal pelo menos era era um fato real.
Aquele outro senhor, com ares de velhinho pacato, que tomara o assento também junto a ele embora mostrando uma atitude inquieta não o havia perturbado. Advinhara que ele, Ambrosino, no seu extremo ar de cansaço não estava para conversas. Foi tanto que não havendo sinais de próxima chegada do seu ônibus ele pôs-se a relaxar para não dispersar as suas energias já tão esgotadas naquele período.
Mas ao contário da impressão inicial causada agora o sujeito do seu lado resolveu abordá-lo e foi persistente em dirigir-lhe a palavra: "Amigo, sei do seu cansaço, advinho a sua história de vida e sei também da sua decepção. Você tem toda razão em não crer em lendas atoas. Pelo menos você acredita que um menino nasceu num destes dias, que o calendário chama de Natal, que veio com uma missão muito especial... Eu não quero importuná-lo, mas receba de lembrança esta caixinha ofertada por um desconhecido..." Ambrosino, meio assustado, aceitou e abriu, curioso,aquela caixinha ao passo que num olhar lateral tentava entender aquele tipo exótico e enigmático. Desatou a fitinha e da caixa emergiu uma estrela estranha colorida, com cores brilhantes e luminosas que jamais foram vistas pelo nosso protagonista. Assustado ele fixou o olhar naquele bondoso companheiro de assento, homem maduro, de barba cerrada e de cor branca, e uma forte emoção apoderou-se dele, agora já um pouco perturbado. Então dirigiu-se ao homem: "mas quem é o senhor?" - Afinal o que está se passando? - O senhor me lembra a (ia dizer a figura do Papai Noel...) mas o outro o interrompeu: "Lembre-se, não existe Papai Noel..." Ele ia falar algo, porém Ambrosino despertou, com o barulho do ônibus, agora já no ponto de levá-lo para casa.
Caramba, dormi pesado e até sonhei! - Acho que voltei 40 anos. Nos meus 8 anos eu acreditava. Agora estou convencido de que há mesmo um tal "espírito natalino", que deixa a gente envolvido. E o Papai Noel, é claro, não existe, mas tudo se passa como se de fato ele existisse!
P.S. A VOCÊ
É neste clima de Natal que deixo, aqui, os meus votos e os da minha esposa Haidyl, a todos os amigos e amigas queridos, que acessam este blog. Desejamos que 2010 seja, para todos, um ano de paz, amor e prosperidade.
Convido-os a acessar, também, a página: www.casadopoeta.ning.com
Hozanan. Praia Grande - S.P. - 15/12/2009.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
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